quinta-feira, 30 de abril de 2009

…a memória é-nos infiel


a lua em extâse visita o leão e veste-se de fogo.
confunde-se com o sol ardente na escuridão iluminada da noite.

algures no alentejo
no meio do campo e com o perfume a maresia por perto
a lua estava assim nessa noite.
o prazer da brisa quente pedia que eles parassem o veículo
e desligassem o chillout.

cheiros inebriantes e sons de bichos confundiam-se com a terra.

a vegetação ondulante ditava os ritmos. 
inspiraram  os seus néctares.

atenta. estava uma fêmea. 

os seus olhos enormes e doces contrastavam com os cornos 
que ameaçavam passar a cerca de arame que dividia  o caminho de terra com o seu território.
onde a vegetação estava ondulante.

todos perceberam que aquela não era uma lua qualquer…

cumplicidades de animais.





sábado, 11 de abril de 2009

o cheiro a verão afinal foi efémero.
e a tua alma disfrutei-a e fiz-te efémero também.

hoje
neste dia de vento gélido a lembrar o inverno
já nem me surpreendeste com os teus beijos
ainda menos com a tua presença.
reconheço que sim que és um bom exemplar da tua espécie.
gosto 
dos teus braços fortes
trabalhados com o teu orgulho.
das tuas pernas atléticas  e do teu perfil romano
de imperador.
o meu perfil reconhece-se no teu por instantes 
mas é efémero também.

mas como todas as fêmeas sou cruelmente animal
um destes dias desejo outra vez a tua carne 
e os teus beijos pecaminosos.

prometo.