… sorvo o resto do copo de tinto que sobrou do jantar.
continuo a gostar de sentir o vidro cinzento esfumado.
o volume e a aspreza dos bicos.
vulgares agora. mas não estes impregnados de histórias. de lábios.
…acendo o último cigarro da noite.
ligo o mac.
estás ocupado.
instintivamente fico disponível.
não resistes.
aí, na rua em frente, a uns metros, ligaste a mim.
páro para reflectir.
venho já, digo.
tínhamos acordado em manter o café casual da esplanada.
estava bem assim.
eu saboreava as minhas histórias, os meus recomeços e desfechos.
os meus olhares.
tu, a tua historia…
esperas e eu regresso.
ofereces-me as tuas tentadoras massagens
para matar cirurgicamente as minhas desculpas banais de fim de um dia.
faço-te-me a vontade prometendo que sim.
que não te vou seduzir.
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o dia abafado, encoberto faz-me parar. sento-me.
sta. catarina, efeverescente de personagens, distraí-me.
a limonada. gelada tranquiliza-me os lábios doridos.