sexta-feira, 2 de julho de 2010

…mais uma vez



aqui estou para para falar de ti
para me falar de ti
daquilo que não te quero dizer

um dia qualquer
que me apeteça
mostro-te tudo o que falamos
tudo o que queres saber sobre mim
sobre ti em mim
como me pedes na tua curiosidade felina

volto sempre
porque não me apetece partir-me de ti

numa análise cinéfila, diria,
que, como se"o pecado morasse ao lado"
percebes, não é?

quando eu me redimo, voltas tu
para me desassossegar…

que sou má
que sou o teu pecado
que te descontrola a personalidade virgiana…

quando és tu
sou eu que não te sossego
que te alimenta o ascendente carneiro de fogo
a que não resisto
e que te descontrola

que nos restará?
para além deste querer infernal,
a que sucumbimos e que nenhum de nós quer?

ou antes,
que se quer intensamente
sem saber como…



aquela quinta no Douro
talvez nos acalme
e nos deixe viver em felicidade
um dia…

ou então,
teremos que nos esquecer dos sentidos,
dos cheiros, dos sabores, da terra,
da vida.


















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